terça-feira, 4 de outubro de 2011

O verde que atrapalha


Hoje está ocorrendo em grupos a elaboração das cadeias produtivas de alguns produtos como chocolate, leite, mandioca, algodão e eucalipto. A idéia é que se possa compreender os impactos socioambientais das etapas de cada produção. Albenia Santos, professora de geografia do CETAB em Teixeira de Freitas, fez uma denúncia em cordel sobre os efeitos da monocultura do eucalipto. Veja:


O VERDE QUE ATRAPALHA


De papel e celulose
Em cadeia de produção
Nosso grupo vai tratar
Com maior dedicação
Pois chegou em over dose
Nessa nossa região


E assim no Sul da Bahia
E Norte do Espírito Santo
Se cruza um Deserto Verde
Com pinhais por todo canto
Aqui não se faz mais farinha
Verduras vem de outros recantos


Eucalipto ocupando espaços

Numa grande confusão

Expulsando proprietários

Que plantam alimentação

Que se desvencilham dos laços

Das terras do coração


Tristonho vai pra cidade

Guardar o dinheiro na “caixa”

Mas precisa trabalhar

Com a poupança em baixa

Vai passar necessidade

Ou no MST, a defender uma faixa




Do eucalipto, o carvão

Vem do resíduo “doado”

A carvoeiros espertos

Que exploram o empregado,

Terceirizam a produção

Pelo lucro aumentado


E os forneiros explorados

Sem direitos trabalhistas

Sem saúde e educação

No mundo capitalista

Vivem doentes, cansados

Do pulmão, da pele e das vistas


Tem também as etnias,

Os índios, os quilombolas

Que expulsos de sua terras

Nas ruas a pedir esmolas

Vagando em grande agonia

Sem casa, sem terra e escola


Para o aproveitamento

Das florestas artificiais

A pesca é também afetada

Pois secam os mananciais

Em prol do beneficiamento

De quê, ou de quem, maiorais


Assim, a cidade a crescer

Se torna um lugar desigual

Não oferece morada,

Emprego, comida, moral

O cidadão vai beber,

Ser pobre é ser marginal


E na fábrica, a produção

Mesmo em local indevido

Sem cessar se acelera

Em tempo, nunca rompido

Visando a exportação

Pros “States”, Japão, Reino Unido


E aqui só fica a desgraça,

Como diz o ambientalista

Só se vê destruição

Que o sistema capitalista

Nos impõe sem ameaça

A lei é desenvolvimentista


Mas chega de tanta tristeza

Tudo tem uma solução

Vamos formar a COM VIDA

Em grupos dar sugestão

E entender com clareza

O ambiente e o cidadão.


Pra isso estamos atentos

Analisando o processo

Dessa linha produtiva

Que visa tanto progresso

Pensando que o meio ambiente

Pelo homem alcança o sucesso.

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